quinta-feira, 23 de maio de 2013

As tartarugas marinhas e a poluição luminosa: aproveite o Dia Internacional das Tartarugas para entender o problema

Circula pela internet que hoje, dia 23 de maio, comemora-se o Dia Internacional das Tartarugas (World Turtle Day), promovido pela organização não governamental americana ATR. É uma ótima oportunidade para discutir ações de preservação do meio ambiente que garantam a sobrevivência desses animais.

Para as tartarugas marinhas, em particular, um dos maiores obstáculos é a poluição luminosa, causada pela utilização irracional da iluminação artificial. Esses animais dependem de um ambiente escuro para se locomoverem. O problema começa com as fontes de luz alterando o comportamento das fêmeas na seleção dos pontos de desova na praia e dificultando o retorno  delas para o mar.

Quando os filhotes nascem, naturalmente buscam se mover no sentido contrário dos ambientes escuros e vão em direção ao oceano, sutilmente iluminado pelas estrelas e a Lua em condições ambientais ideiais. Com a presença de luzes artificiais na praia, as tartaruguinhas não conseguem diferenciar os ambientes, resultando em desorientação. Se elas demoram a alcançar o mar, ficam expostas a predadores e podem morrer desidratadas. Também existem relatos desses animais sendo atropelados  ao tentar atravessar avenidas próximas às praias, ou invadindo residências e restaurantes ao serem atraídas pela iluminação artificial.



As tartarugas marinhas, recém nascidas, são atraídas pelas luzes artificiais ao invés de se deslocarem na direção do mar. A poluição luminosa é uma grande ameaça à sobrevivência desses animais (imagem: NIH).


No Brasil, o projeto Tamar tem trabalhado pela aprovação de leis que regulamentem a iluminação artificial nas áreas de desova, com sucesso. A instituição também oferece orientações de como iluminar corretamente. Veja um exemplo na imagem abaixo e clique aqui para baixar a cartilha completa. Note que, ainda que direcionadas à questão das tartarugas marinhas, essas recomendações são válidas para combater a poluição luminosa em qualquer local, no sentido de evitar o desperdício de energia elétrica, iluminando desnecessariamente o céu e impedindo a observação das estrelas...


Parte do material disponibilizado pelo projeto Tamar, com orientações para a iluminação em áreas de desova das tartarugas marinhas. Faça o download da apostila completa.

O vídeo abaixo também ajuda a entender a questão. Lembre-se que no YouTube é possível incluir legendas e traduzi-las para o português.




Veja aqui informações adicionais sobre os impactos ambientais da poluição luminosa.


Imagem obtida em https://www.facebook.com/SeaTurtleOP

Via @IDADarkSky.



segunda-feira, 13 de maio de 2013

O seu telefone celular pode ajudar a estimar a poluição luminosa!

Foram lançados dois aplicativos para smartphones direcionados à avaliação da poluição luminosa: o Dark Sky Meter, para iPhone, e o Loss of the Night, para quem possui aparelhos com sistema operacional Android.

Embora sejam bastante diferentes, o objetivo dos dois aplicativos é o mesmo: oferecer uma ferramenta para que qualquer cidadão possa contribuir para estimar a poluição luminosa em todo o planeta. Os aplicativos estão em inglês, mas são de fácil utilização. Descrevemos abaixo cada uma das opções. 

Dark Sky Meter

É oferecido em duas versões: o Lite, gratuito, e o Pro, que custa 3,99 dólares na Apple Store. O aplicativo foi desenvolvido para os iPhones 4, 4S e 5.

Ele funciona como o Sky Quality Meter, aparelho para medir o brilho de fundo do céu produzido pela Unihedron e que já descrevemos aqui. Para fazer a medida são necessários dois passos: no primeiro, o usuário tampa a câmera do iPhone para fazer uma calibração. Na sequência, ele aponta a câmera para o céu, no ponto acima de sua cabeça (zênite), e realiza a medida.

O Dark Sky Meter estima o brilho de fundo do céu de modo semelhante ao SQM-L, que descrevemos anteriormente. 

Na versão Lite, o aplicativo diz quantas vezes o céu daquele local é mais brilhante do que deveria ser, enquanto que, na versão Pro, o resultado também é dado em magnitudes por segundos de arco ao quadrado (tal como o SQM-L). Em ambos os casos, o usuário pode informar a cobertura de nuvens durante a medida e enviar os seus resultados para os servidores do projeto. Assim, as informações são disponibilizadas para pesquisas científicas e seus dados são incluídos em um mapa, que pode ser consultado dentro do próprio aplicativo, na versão Pro.


Todas as medidas de brilho do fundo do céu enviadas através do Dark Sky Meter Pro são disponibilizadas em tempo real em um mapa, dentro do próprio aplicativo. Essas medidas refletem a incidência da poluição luminosa em diferentes partes do planeta. Imagem obtida da página do projeto.

Atualização em 03/06/2013: agora as medidas obtidas com o Dark Sky Meter podem ser visualizadas, em tempo real e mesmo por quem não tem o aplicativo, através desta página.



Os resultados de todas as medidas feitas com o Dark Sky Meter agora podem ser consultados na página do projeto: http://www.darkskymeter.com/map/, mesmo por quem não tem acesso ao aplicativo.



Loss of the Night

O "Loss of the Night" é um grupo de pesquisas interdisciplinares sobre poluição luminosa, com sede na Alemanha, e o aplicativo para celulares com Android é um dos projetos associados. Ele trabalha com a mesma ideia do projeto Globe at Night, orientando o  usuário a contar estrelas em certas regiões do céu. Os resultados são enviados para uma central, sendo posteriormente utilizados nas pesquisas científicas e em trabalhos de conscientização pelo uso racional da iluminação artificial.

"Faça parte de um projeto científico mundial que mede a poluição luminosa". O Loss of the Night é um aplicativo para smartphones que rodam Android.

Baseado na sua localização geográfica, o aplicativo indica regiões do céu a serem observadas. Durante a noite, basta apontar a câmera para cima e um círculo vermelho com uma flecha surgirá na tela (veja a figura abaixo). Movimente o aparelho na direção da flecha. Quando chegar à área correta, o círculo se tornará amarelo e o aplicativo perguntará se o usuário consegue enxergar a estrela naquele local. O processo se repetirá sete vezes e, ao final, os resultados são enviados via internet. O usuário também pode informar sobre a cobertura de nuvens no momento das observações.



 O Loss of the Night mostra um círculo vermelho com uma flecha para orientar o usuário a encontrar a região do céu a ser observada. Quando ela é encontrada, o círculo se torna amarelo e o aplicativo questiona se é possível ver uma estrela naquela região do céu. A sequência deve ser repetida sete vezes antes do envio dos resultados. Imagens obtidas do Google Play.


No vídeo abaixo, o Dr. Cristopher Kyba, um dos pesquisadores envolvidos, fala sobre ciência cidadã e descreve as motivações para o desenvolvimento desse aplicativo. Está em inglês, mas lembre-se que durante a exibição no YouTube é possível incluir legendas e traduzi-las para português.





Caso tenha algum desses aparelhos, não deixe de instalar os aplicativos e ajudar a estimar os impactos da poluição luminosa! Ainda não sabe o que é esse tipo de poluição e as suas consequências para a nossa vida? Descubra fazendo o download da apostila e visitando a nossa página sobre o assunto.


No twitter, siga @DarkSkyMeter@VerlustderNacht.


Agradecimentos especiais à colaboradora involuntária, Paulínea, que cedeu seu smartphone com Android para testes do aplicativo seguindo altos padrões de metodologia científica...

Página de notícias sobre Poluição Luminosa (PL), mantida pela astrofísica Tânia Dominici.

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